A ex-ministra do Esporte, Ana Moser, atribuiu a sua demissão do governo federal à influência da direita e às questões sociais em uma entrevista concedida ao UOL News na última sexta-feira (8). Segundo ela, as mulheres que integravam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva são vítimas de comportamento abusivo, violento e misógino, que é uma característica enraizada na sociedade brasileira.
Moser afirmou que todas as mulheres enfrentaram essa realidade desde o início da gestão, especialmente por parte da direita. Ela ressaltou que existe uma estratégia de atacar e diminuir a credibilidade e a capacidade das mulheres no ambiente político. A ex-atleta profissional também compreendeu a decisão de Lula em reduzir a participação feminina em seu governo, destacando que o presidente enfrenta desafios ao buscar equilíbrio político e maneiras de avançar.
Durante a entrevista, Moser também abordou os ataques direcionados à primeira-dama Janja da Silva nas redes sociais. Segundo ela, Janja é alvo de um assédio ainda maior devido à sua posição de destaque e visibilidade. Esses ataques refletem a violência, misoginia e outras questões presentes na sociedade brasileira, como o racismo e a discriminação contra populações indígenas.
A troca de ministros no governo Lula foi motivada pela busca por apoio político no Congresso Nacional. O presidente implementou uma reforma ministerial visando agregar partidos do centrão, como PP e Republicanos. Como resultado, o deputado federal André Fufuca (PP-MA) foi nomeado como novo chefe da pasta do Esporte, enquanto o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiu a responsabilidade pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
Além disso, o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), passou a comandar a Caixa Econômica Federal, enquanto o Republicanos está em negociações para assumir a Fundação Nacional da Saúde (Funasa).
Essas mudanças ministeriais refletem a estratégia política adotada pelo governo Lula para fortalecer sua base de apoio no Congresso Nacional. No entanto, a demissão de Ana Moser e outras mulheres do governo levantou questões sobre a representatividade feminina e as dificuldades enfrentadas por mulheres na política brasileira.