Em uma reportagem feita pelo G1 em 2022, foi possível compreender como aqueles que não possuem um veículo sofrem diretamente com o aumento dos preços dos combustíveis. A prática de dirigir veículos tornou-se cada vez mais difícil no Brasil, com o litro da gasolina atingindo valores próximos a R$ 9 nos postos, motivado pela disputa na Ucrânia.
Diante disso, os brasileiros estão repensando as formas de se locomoverem para o trabalho e de aproveitarem os momentos de lazer.
A escalada de preços dos combustíveis não só afeta diretamente o orçamento dos motoristas, como também provoca um efeito cascata na economia. O setor de logística é um dos primeiros a sentir essa pressão, pois cerca de 60% dos produtos consumidos e produzidos no Brasil são transportados por estradas, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes. Dessa forma, o impacto da logística acaba se estendendo a outras áreas, resultando no aumento dos custos para os consumidores.
Por exemplo, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de grãos, como arroz, cevada, soja, milho e trigo, que são transportados, em grande parte, por caminhões, cujos preços de frete estão ligados ao do óleo diesel.
Inflação em alta
Em termos práticos, isso significa que os produtos básicos, como alimentos, têm seu preço elevado e isso impulsiona ainda mais o custo de vida da população. Por exemplo, entre 2017 e 2022, os itens básicos da cesta básica aumentaram quase o dobro do salário médio do trabalhador.
Alimentos e bebidas tiveram uma alta acumulada de 37%; habitação, 38%; transportes em geral, 36%; e somente a gasolina, 77%. Neste período, o salário médio do trabalhador subiu 19,7%.undefined
Todos esses itens contribuem para o aumento da inflação, que chegou a 1,01% em fevereiro, o que afeta os preços dos produtos básicos pela economia, sendo refletido nos Índices inflacionários. Para controlar a inflação, o BC tende a elevar a taxa de juros.
Com taxas mais altas, as parcelas atrasadas do cartão de crédito ficam mais pesadas e os novos contratos de financiamento imobiliário têm juros mais elevados, o que repercute diretamente nos gastos diários do brasileiro, desde o pãozinho do café da manhã até a ração dos pets.