No âmbito do inquérito das milícias digitais, Mauro Cid está sob investigação e, caso forneça elementos em sua delação premiada que impliquem Jair Bolsonaro, o ex-presidente pode ser envolvido em crimes graves, inclusive com possibilidade de prisão.
O processo de apuração ainda está em andamento e as condutas podem ser enquadradas de forma diferente ao longo das investigações. Além disso, é importante destacar que não houve o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público até o momento.
O inquérito 4874, que tramita em sigilo no STF sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, engloba a investigação sobre a venda de joias presenteadas por autoridades, a suposta falsificação de cartão de vacina e os diálogos encontrados no celular de Mauro Cid que indicam possíveis intenções golpistas.
Em relação à venda das joias, é necessário determinar se os presentes podem ser considerados bens públicos, o que está sendo contestado pela defesa de Bolsonaro. Além disso, uma eventual condenação do ex-presidente dependeria da comprovação de seu envolvimento nas vendas ou se o esquema funcionava em seu benefício.
No que diz respeito à acusação de falsificação do cartão de vacinação e inserção de dados falsos em sistema, especialistas avaliam que seria improvável uma condenação pelos três crimes. O crime de uso de documento falso já absorve o crime de falsificação, enquanto o crime de inserção de dados falsos requer a participação de funcionário público e a inclusão dos dados em um sistema.
A associação criminosa também é mencionada como um possível crime na decisão de Moraes, o que poderia aumentar a pena.
Em relação ao inquérito das milícias digitais, os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado são citados. No entanto, como o inquérito é sigiloso, não é possível conhecer os detalhes que apontam nessa direção em relação a Mauro Cid .
A defesa de Bolsonaro afirmou que ele não participou de articulações golpistas e que os diálogos encontrados no celular de Mauro Cid eram apenas lamentações. O ex-presidente é formalmente investigado por incitação ao crime no contexto dos atos ocorridos em 8 de janeiro.
No momento, é importante ressaltar que as investigações ainda estão em andamento e que é necessário aguardar os desdobramentos para se chegar a conclusões definitivas sobre possíveis envolvimentos criminais.