O Exército Brasileiro está investigando o furto de 21 metralhadoras de guerra que ocorreu no Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo. Cerca de 480 militares de todas as patentes estão impedidos de deixar o quartel desde o desaparecimento do armamento, há uma semana.
De acordo com a corporação, estão sendo ouvidos depoimentos dos militares para tentar descobrir o paradeiro das armas. Até o momento, 35 militares já prestaram depoimento. A medida adotada pelo Exército é mantê-los aquartelados, confiscando seus celulares e estabelecendo contato com seus familiares por meio de um representante.
Os familiares dos militares retidos têm se dirigido à frente da base em busca de informações. Apesar do Exército afirmar que nenhum militar está detido ou preso, a medida foi tomada para tentar localizar e recuperar o armamento.
As metralhadoras calibre .50, capazes de derrubar aeronaves, e as metralhadoras calibre 7,62 foram furtadas dentro da base entre setembro e outubro deste ano. O desaparecimento foi notado durante uma vistoria interna no Arsenal de Guerra.
A investigação está sendo conduzida exclusivamente pelo Exército, com o apoio do Comando Militar do Sudeste (CMSE) e do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT). A polícia civil também está envolvida nas buscas pelas armas.
Até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso, e as metralhadoras ainda não foram recuperadas. Ainda não se sabe se os criminosos entraram na base ou se alguma câmera registrou o desaparecimento das armas.
Segundo o Instituto Sou da Paz, esse é o maior desvio de armas de uma base do Exército brasileiro desde 2009. Naquela ocasião, sete fuzis foram roubados de um batalhão em Caçapava, interior de São Paulo, mas todas as armas foram recuperadas e suspeitos foram presos.
O Exército informou que o arsenal levado é inservível e passaria por manutenção. No entanto, militares ouvidos pelo g1 afirmaram que as metralhadoras teriam sido retiradas gradualmente do quartel para evitar chamar a atenção.
A investigação continua em sigilo e o CMSE informou que enviará atualizações sobre o caso quando for oportuno. O furto das metralhadoras preocupa as autoridades de segurança pública, pois, se forem parar nas mãos do crime organizado, poderão representar um risco à população.