A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, fez uma declaração polêmica durante a conferência eleitoral do PT em Brasília. Segundo ela, “se tudo der certo”, Jair Bolsonaro será preso em breve. A frase gerou diversas reações nas redes sociais, principalmente entre os apoiadores do ex-presidente.
Janja direcionou suas palavras aos militantes do PT, mas o impacto de suas afirmações ultrapassou as fronteiras do partido. Para os opositores do governo Lula, a declaração vai além de um desejo pessoal e revela a expectativa diante da possível indicação do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). Vale ressaltar que Janja não mencionou nada sobre Dino em sua fala.
Flávio Dino será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira (13) e poderá ser aprovado pelos senadores no mesmo dia. Caso seja confirmada sua indicação, o ministro herdará 344 ações da ex-ministra Rosa Weber, incluindo a petição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que solicita investigações contra o ex-presidente.
Sobre a declaração de Janja, o advogado criminalista Luiz Gustavo Bichara, especialista em direito constitucional, afirmou ao jornal Gazeta do Povo que ela pode ser interpretada como uma manifestação de opinião, mas não possui valor jurídico. Segundo Bichara, a primeira-dama tem o direito de expressar suas opiniões, mas isso não significa que elas serão acatadas pelo STF.
O analista político da FSB Comunicação, Lucas de Aragão, destacou que a declaração de Janja pode ser vista como uma mensagem para os apoiadores de Lula, mas também pode ser interpretada como uma provocação a Bolsonaro. Para ele, essa afirmação pode gerar desgaste para o governo Lula, já que pode ser interpretada como uma tentativa de intimidação.
Até o momento, a assessoria do Palácio do Planalto não se manifestou sobre a declaração de Janja. O clima político segue tenso e as especulações sobre o futuro de Bolsonaro continuam a circular nas redes sociais. Resta aguardar os desdobramentos dessa situação e acompanhar os próximos passos do processo envolvendo Flávio Dino no Senado.