Presidente Lula defende entrada da Argentina no bloco econômico dos Brics
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou seu apoio à entrada da Argentina no grupo de países em desenvolvimento conhecido como Brics, durante o 15º encontro do bloco realizado na África do Sul. Atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics discute a inclusão de novos membros, como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito.
Lula ressaltou a importância da Argentina integrar o Brics e defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar para facilitar as transações comerciais entre os países. Segundo ele, a crise econômica enfrentada pelo país vizinho se deve aos pagamentos feitos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), acusando o banco de ter concedido empréstimos por interesses políticos.
“Na Argentina, está difícil por causa do empréstimo feito por interesse político do FMI, R$ 44 bilhões emprestados ao [ex-presidente Maurício] Macri durante as eleições“, declarou Lula. Ele ainda afirmou que há quem diga que esse dinheiro foi emprestado para beneficiar Macri nas eleições, mas agora o atual presidente Alberto Fernández é quem tem que lidar com a dívida.
Em relação à ajuda à Argentina, Lula revelou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está discutindo a possibilidade de utilizar o yuan chinês como forma de auxiliar o país vizinho. Segundo o presidente, é necessário adotar uma abordagem mais serena e madura, menos pragmática e voltada para beneficiar o sistema financeiro.
Além disso, Lula reforçou sua defesa pela criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio com outros países. Ele questionou a necessidade de utilizar o dólar nas negociações comerciais com a China, argumentando que Brasil e China possuem tamanho econômico suficiente para realizar transações utilizando suas próprias moedas, sem desvalorizar a moeda nacional. Segundo ele, os bancos centrais poderiam realizar os ajustes necessários para essa transição.
O presidente ressaltou que é fundamental não depender de um único país que controla a moeda mundial, destacando que a atual situação faz com que o Brasil fique refém do dólar. Essa dependência prejudica a economia brasileira e limita suas possibilidades de desenvolvimento.
Lula expressou sua posição durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, demonstrando seu interesse em promover mudanças no sistema econômico global em benefício dos países em desenvolvimento. Agora, resta aguardar as decisões tomadas durante o encontro do Brics e observar como essas propostas serão implementadas no futuro.
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