O grupo de comunicação JP está em negociações com o Ministério Público Federal (MPF) para encerrar uma ação civil pública que busca a cassação de três concessões de rádio. De acordo com informações do site F5, vinculado ao jornal Folha de S. Paulo, o MPF aceitou fazer um acordo com a empresa, que também terá que pagar uma multa no valor de R$ 13,4 milhões.
A ação contra a JP foi movida devido à divulgação de notícias falsas e incitação a atos antidemocráticos durante todo o ano de 2022 e início de 2023. Em uma audiência de conciliação realizada em São Paulo na última quinta-feira (24), o MPF recusou a primeira proposta da emissora, não havendo acordo para um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Como resultado, o processo foi suspenso por 60 dias enquanto as partes ajustam as cláusulas.
Em resposta ao Ministério Público, a Jovem Pan apresentou um texto no qual destaca que vem trabalhando desde o início do ano para combater discursos extremistas. Nos últimos meses, o veículo demitiu comentaristas como Rodrigo Constantino, Zoe Martinez, Ana Paula Henkel e Augusto Nunes. Recentemente, Tiago Pavinatto também foi desligado após desobedecer uma decisão da direção.
Além disso, a empresa se comprometeu a veicular, durante quatro meses e pelo menos 15 vezes ao dia entre 6h e 21h, mensagens sobre a confiabilidade do processo eleitoral. No entanto, o site informou que a JP também buscava a garantia de que não perderia suas concessões públicas e a liberação do pagamento da multa.
O MPF solicitou a revisão de cláusulas, como a responsabilização financeira, sobre a qual o Ministério Público não está disposto a abrir mão. A juíza Denise Aparecida Avelar aceitou o pedido do órgão público de respeitar o prazo de dois meses para análise. Portanto, a ação ficará parada até outubro.
Segundo a publicação, a defesa da JP ficou satisfeita com a decisão e acredita que o caso não terá consequências mais graves para a empresa.