No momento em que, em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro desceu do palanque da Esplanada dos Ministérios e subiu em um trio elétrico para atacar os adversários e garantir que era “imbrochável”, vários petistas recorreram ao entretenimento online para queixam-se da politização dos desfiles de 7 de setembro.
Depois de um ano, tudo o que alguém poderia imaginar era que o 7 de setembro voltaria a ser o que sempre foi: uma carreata militar metropolitana com o objetivo básico de reafirmar valores como respeito à democracia.
Não foi exatamente isso que ocorreu. No momento em que Lula, através do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tenta afrouxar as relações entre os petistas e os militares e dissipar as preocupações políticas que se tornaram parte dos quarteis, os parceiros do Presidente Lula fizeram exatamente o inverso. Através de imagens, o PT reafirmou o relato reconhecível e tedioso de “nós contra eles”.
A postura da atual primeira-dama Janja, foi uma representação disso. Ao desfilar vestindo vermelho e fazendo o “L” com as mãos, Janja incitou os militares. A atitude não foi bem vista principalmente por integrantes da reserva, já que todos sabem que os militares aturam o atual governo.
Muito mais detestável é mostrar respeito pela primeira dama vestida de vermelho. Em vez de representar um apaziguamento, Janja deu a seguinte mensagem aos militares: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Durante a carreata, Lula ficou quieto. Ele não quis se envolver em polêmica com os militares. No entanto, o petista também precisa compreender que é inútil ficar quieto supondo que não conseguem conter o impulso de seus aliados.